Segunda a Sexta, das 08h00 às 12h00 e das 14h00 às 17h00
(92) 3233.8989 (92) 99972.4725
EM MEMÓRIA - CÍCERO ROMÃO DE LIMA
CÍCERO ROMÃO DE LIMA nasceu em Jaguaribe- Ceará. Seu nome foi em homenagem ao
padinho padre Cícero Romão, padroeiro do Ceará. E como muitos nordestinos, desde jovem
precisou separar-se de sua família, deixou o sertão e a seca em busca de melhores condições
de vida.
Trabalhou desde muito jovem e parou de estudar muito cedo. Desbravou este nosso imenso
país na esperança de dias melhores para ele e sua família.
Foi na região norte do Brasil, em Belém do Pará, terra quente, acolhedora e de muito calor
humano que ele constituiu família , criou seus filhos, fez amizades e tornou-se um profissional
bem sucedido. Conheceu o Brasil através de seu trabalho, pois seu sangue nordestino trazia a garra de um homem trabalhador.
Cicero Lima , era um homem humilde, simples, com pouco estudo, mas com muitos valores morais. Conversava pouco, era de poucas palavras, mas muito observador. Gostava mesmo era de trabalhar. E foi como vendedor, que ele conseguiu se superar e tornou-se um homem de sucesso.
Homem empreendedor, ele fundou em 1969 a CICERO LIMA REPRESENTAÇÕES LTDA, e com amor e dedicação transformou esta pequena empresa em seu maior investimento de vida e de trabalho. Em sua rotina de trabalho passava em frente as lojas Yamada na Rua
Manoel Barata, onde sua firma começou. Seu escritório de representações de auto peças cresceu no centro comercial de Belém, perto das lojas Visão.
Era um dos sonhos dele, e para realizá-los ele não se intimidou diante dos tantos desafios que teria que enfrentar neste mundo de tanta concorrência. Muitas vezes concorrência desleal. Mas foi muito ético, corajoso, guerreiro e sonhador. Naquele tempo o nordestino precisava sonhar, e ele foi um típico nordestino sonhador.
Era preciso sonhar.
Acreditar num futuro melhor. E como disse algum poeta:
“Sonho que se sonha só É só um sonho que se sonha só Mas sonho que se sonha junto é realidade”.
Sem conhecer leituras poéticas, mas tinha muita sabedoria e buscou parceiros que o ajudaram a realizar seus sonhos, companheiros de trabalho como os seus sócios na CÍCERO LIMA REP LTDA, seus clientes espalhados no Norte e Nordeste, seus funcionários, e até mesmo seus concorrentes, todos contribuíram muito para ajudar no sucesso e realização de muitos dos seus sonhos.
Representou com muita hombridade as inúmeras fábricas nacionais e multinacionais de auto peças, a maioria localizadas no Sudeste, o que fizeram papai ser um representante de sucesso e bastante conhecido. A cada uma dessas pessoas, acredito que ele foi muito grato, pois sempre falava de todos com carinho, respeito e gratidão. Algumas dessas pessoas tornaram-se amigos, compadres, e até mesmo confidentes.
Em dezembro de 1963 CÍCERO LIMA casou com Maria Da Conceição, dessa relação teve 3 filhos, e viveram quase 56 anos de muito
companheirismo. Ao longo desses os filhos e esposa presenciaram alguns momentos difíceis vividos por eles, mas muitos foram os momentos felizes que tiveram juntos. Conceição superando tantas dificuldades foi a principal cuidadora do papai, o amor é bíblico: O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta (1 Coríntios 13:7).
Por amor, papai gostava de ver sua casa cheia de pessoas queridas. E no Círio de Nazaré, Natal, Ano Novo, aniversários e casamentos, esses momentos ele fazia questão de celebrar e queria ver a família e amigos em casa. Esses momentos nunca sera esquecido por sua família.
Família para Cícero Lima parecia ser algo que não tinha fim, era extensa, era mais do que pai, mãe e filhos. Filhos biológicos ele teve 4, mas os filhos de coração, ele teve vários. Era um paizão com quem ele se relacionava quer seja na sua vida pessoal, no trabalho, quer seja com amigos e parentes. Dava poucos conselhos, pois suas atitudes tranquilas e comportamento reservado era o que servia de maior exemplo. Tinha uma enorme capacidade para ouvir o outro, o que hoje em dia poucos pais e mães conseguem fazer, tinha tanto amor que ele queria todos perto dele. Trouxe as sobrinhas Bete e Mônica para morar com ele. Quando o Beto, seu filho primogênito, casou, ele dizia que tinha ganhado uma filha. Sempre que possível, lá estávamos juntos, eu, Alana, Goretti, Beto, papai e mamãe. Era o início de um novo ciclo na nossa família e ela começou a crescer. Vieram os netos, netas e bisnetos.
Os genros Marcos Moura e Napoleão Coelho também mantinham uma relação afetiva de pai e filho.
A família do Ceará ele nunca esqueceu. Sempre falava do irmão Zequinha, e da sua única irmã Elisa, lembrava dela como uma grande mulher guerreira. Considerava a prima Teresinha como irmã, e o primo Gonzaga, um irmão. Gostava de futebol, e enfrentava os torcedores do time adversário com respeito, mas nos últimos anos os torcedores do time rival ao perceberem a fragilidade de sua memória tentavam confundi-lo, mas o seu time do coração e de raça ele não esqueceu e sempre que podia afirmava com a voz fraquinha: sou REMO.
Foi com o genro Napoleão que Cícero Lima manteve-se ligado com a fonte de sua vida: o trabalho. Juntos eles passeavam na Almirante Barroso e papai expressava felicidade ao reconhecer de longe o Posto Invencível, ele tinha um jeito especial de provocar nas pessoas muitas reflexões sobre a vida, sobre o amor, sobre a alegria, como também sobre a dor e as tristezas.
Seu olhar distante e pensativo transmitia ter uma conexão indecifrável com futuro, com algo fora do meu alcance perceptível. Se o futuro era sua preocupação, em sua vida ele foi um guerreiro, sua história de vida foi compartilhada com pessoas queridas e amadas por ele.
E cabe agora a nós, filhos e filhas; genros e nora; netos, netas e bisnetos ; parentes e amigos, honrar a história de vida dele, valorizar o legado que nos deixou. Quanto aos filhos, só agradecer a Deus por ter dado um pai tão amoroso, carinhoso. Que ao longo de sua vida ensinou a enfrentar as adversidades da vida, proporcionando as mais diversas situações de crescimento pessoal.
Que hoje nós sigamos em em paz.
Vá em paz, Cícero Lima.





